O DNA é formado por bloquinhos chamados de nucleotídeos, que se repetem em diferentes combinações em uma longa cadeia. Mas até o chimpanzé tem mais de 95% do seu DNA idêntico ao do ser humano. Entre um ser humano e outro, então, a diferença é mínima. Por isso, o teste examina apenas trechos bem específicos, chamados de polimórficos porque variam muito de pessoa para pessoa.
Os laboratórios usam kits, padronizados mundialmente, que examinam sempre os mesmos 13 a 19 trechos: é quase impossível que duas pessoas tenham as mesmas repetições em todos eles. "Trabalhamos com uma margem de certeza de 99,99%", afirma o geneticista Martin Whittlen, do laboratório Genomic, em São Paulo. Basicamente, a comparação do DNA do filho com o do suposto pai confere se há o mesmo número de bloquinhos em cada um desses trechos. Como metade do DNA do filho vem da mãe, é importante analisar também o DNA dela, para evitar confusão. O trabalho começa separando o DNA do resto das células, por meio de detergentes e centrifugações.